sexta-feira, 29 de agosto de 2008

La tradizionale pasta al pesto

Bem, para o bom e tradicional pesto genoves (que é aquele feito à base de olio extra vergine di oliva, basilico e pinoli), nada como uma massa tb de origem genovesa: le "trofie".
Em um prato tipico ligure, originario do comune da riviera di levante, Recco, na provincia di Genova. A traduçao literal para a lingua italiana seria "gnocchi", em portugues nhoque, apesar da sua forma toda diversa. E se vcs clicarem na foto verao a particularidade do seu formato.
Uma combinaçao perfeita!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

...da mensagem que me escreveu a minha mae.

"Filosofando sobre a felicidade...
As pessoas , nas suas inconsequencias, a perseguem, enganosamente, na riqueza, no poder, na paixao (variadas) e nas coisas que o dinheiro pode propiciar.
O resultado desta busca nem sempre cumpre os seus objetivos.
Resulta, infelizmente, em grandes desilusoes com coisas e com pessoas...
Pq isto acontece?
Resposta facil.
Procuramos-a nas coisas e nas pessoas erradas.
Pq ela esta nas pequenas coisas, nao nas grandes coisas!
Esqueçamos nossas vaidades, grandes ambiçoes, egoismo, egocentrismo. Para viver nao precisamos de muita coisa e o necessario, para termos uma vida honrada e decente, é reduzir ao maximo aqueles sentimentos que nos geram desencanto, desilusoes e frustraçoes.
Valorizemos as amizades sinceras, um sorriso amigo e a propria vida, com as experiencias que nos proporcionou.
Felicidade é o que lhe desejo nesta data e sempre.
Buscando-a e vivenciando-a dentro de vc, com os ingredientes que lhe sao pertinentes!
Es abençoada e vencedora, livre para a vida, dentro de outros conceitos, vivendo ao lado de uma pessoa muito especial, sincera, amiga e generosa!
Viva esse momento na sua plenitude.
Abraços de sua mae."

Isso ai...
Para se compreender quem eu sou, se precisa saber de onde venho.
E a mensagem de minha mae, para mim, mostra parte disto.
Pena que nao podemos estar, aqui tb, lendo a mensagem que teria, com certeza, me escrito o meu pai, caso ainda fosse vivo.
Pq "presente" é uma coisa muuuito relativa...!
E um dos meus melhores presentes foi o de ter tido os meus pais como meus genitores...
E o outro aqueles bons, mas poucos, amigos: verdadeiros, sinceros, presentes.
E neste grupo tb incluo alguns dos meus familiares.
E, neste dia que me representa , o meu desejo é que vcs tb tenham sempre tudo de bom da vida. Por isto: "carpe diem"!
Bjs à vcs todos.


domingo, 24 de agosto de 2008

...e se, por acaso, eu nao gostar muito de pamonha...?!

Fazendo o "mingau".
O "antes" de começar a coisa...
O resultado final: curau de milho verde salpicado com canela.
Vcs bem devem ter percebido que devo estar cozinhando milho de tudo qto é jeito.
Principalmente pq, aqui, as coisas sao de época, de verdade! E terminando, nao se acha mais.
Como ja expliquei, a variedade de milho que eles plantam aqui nao é uma daquelas que se encontrariam cultivadas no Brasil. Bom...ao menos comercialmente falando, ja que sempre pode ter alguém que cultive no quintal de casa, quem sabe...?
Aqui recebe o nome, absurdo, de granturco, ja que todos sabemos ser uma planta de origem centro americana. E parece que isto se deve ao fato que sao plantas oriundas de sementes de uma variedade que foi criada na regiao da Turquia. De qq maneira seria sempre algo a se pesquizar melhor para esclarecer bem esta història, se alguém estiver interessado.
Sei que quase todo mundo é adepto da pamonha, mas para o gosto da minha familia e desde os meus avòs, o curau é o "must" dos doces com milho verde. Pode ser até que seja algo genético: boh!
Meu avo materno, minha mae e eu, mm, sempre fizemos e comemos curau. Eles ralando as espigas e eu, bem...eu usando aquele liofilizado da marca Qualimax, se me lembro bem e SE AINDA é que existe.
Entao aconteceu que me vi sem esta muito pratica possibilidade, que aqui nem fazem curau e muito menos, ainda, vendem pacotinhos vapt-vupt.
Mas a minha familia sempre faz TUDO a olho, o que para mim é uma coisa que beira à impossibilidade e a incompreensao...
Sò me lembro que, durante uma "crise de abstinencia", de ter pegado uma bendita receita, anos faz, de uma empresa que produz graos, ai no Brasil. E eles que me desculpem, que nem me lembro mais onde e quem eram...mas que agradeço muito.
Enfim... eu tenho, todos os anos, milharais aqui do lado de casa. E 'ta bom, um monte plantaçao de tabaco, tb. O caso é que o tabaco eu dispenso, mas as espigas nao!
E, louca por facilitar as coisas, bato os graos no liquidificador, que assim poupo meus dedos, que nao fazem parte da receita.
E desta vez resolvi passar o liquido obtido primeiro pelo escorredor e depois pela peneira bem fina, sem deixar os residuos muito secos.
A idéia era separar a primeira leva, em porçoes congeladas, para usar para fazer bolo de milho, que eu quero tentar depois.
E o 2° residuo eu usei para fazer um creme de milho com os graos que sobraram da receita e que eu refoguei e cozinhei. E que ficou muuuuito bom.
Afinal, depois de anos dando cabeçada colhendo milho verde demais, que nao dava ponto de curau, finalmente entendi a coisa!...
A receita serve como base, sò isto. Pq apòs obter o suco do milho e deixar que "assente", devemos perceber se o amido é suficiente para fazer um mingau grosso com o leite que pensamos em colocar. Numa danada questao de bom senso: ufa...!
O amido é aquela pasta gomosa que teima em ficar grudada no fundo do recipiente onde esta o suco. E qq um que seja entendido em mingau, ou mm um bechamel, vai ter uma idéia, mm que aproximada, se aquela "maizena" ali, darà o ponto justo. Pq o tal do mingau, depois de pronto e na geladeira, deverà ter um ponto de corte, sim, mas permanecer cremoso. Sacou?
Mais uma daquelas coisas faceis, facinhas de tudo, mas com uma natureza dificil, pq simples demais.
Entao é isto.

Curau de Milho Verde
3 xicaras de graos de milho verde (+-8 espigas gdes)
1 xicara de agua
5 xicaras de leite
1 e 1/2 xicaras de açucar
2 colheres de sopa de manteiga
1 colher de cha de sal
canela para polvilhar
Bater no liquidificador, sem exagerar, os graos de milho com o copo de agua.
Passar este composto por uma peneira fina, ja sobre a panela que irà ao fogo, obtendo um suco de milho verde.
Acrescentar o resto dos ingredientes.
Levar em fogo médio/alto, mexendo de vez em qdo até que comece ferver.
Entao, abaixar o fogo ao minimo e mexer sem parar por ao menos 15 minutos, até obter o ponto de mingau grosso.
Despejar no recipiente que se escolheu, tendo o cuidado de ter-lo umidecido antes, sem enxugar, so escorrendo o excesso de agua.
Salpicar bem com canela ralada e levar à geladeira atè que fique com uma consistencia, assim, de pudim.
Depois é sò servir.
Ja como mingau é bom, mas nao custa ter um pouco de paciencia para que o resultado, de bom passe a perfeito!
E sò para ficar claro: na verdade fiz esta receita mas usei o dobro da quantidade do milho, pq vi que o amido que tinha nao daria conta de deixar com a consistencia justa.
E, pela primeira vez, deu SUPER certo!
Pq, vcs que me desculpem, mas até o meu "a olho" precisa de medida, minha gente!!!!


sábado, 23 de agosto de 2008

Da onde vem a minha matèria prima.

Uma das amoreiras silvestres, das quais eu me "sirvo".
A velha figueira ao lado da ruina da casa colonica.
Este é um dos milharais desta variedade que, aqui, eles chamam de "granturco".
Este é "meu super mercado", ao lado de casa, nestes ultimos tempos.
Todas as compotas, o doce de figo, o curau, o bolo de milho e o creme de milho verde, que tenho feito, foi usando o produto destas plantas que vcs estao vendo nas fotos.
Tb tenho colhido muita maça para fazer suco e dar aqui para o meu pessoal: Mathilda, Jerico, Paçoca e Croc. E devo salientar, tb, que o unico que nao come nada do que eu colho, é o gatinho que eu salvei: o Baltazar.
Pq realmente aqui em casa, é o UNICO que é estritamente carnivoro, ja que a minha cachorra é onivora e traça até melancia, que adora...!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Fagiolina del Trasimeno

Se vc olhar ele assim prontinho, nao terà duvida em afirmar que seja um feijao.
Tb por causa, e é obvio, de seu nome: "fagiolina del lago Trasimeno", que vem a ser uma variedade local dos conhecidos "feijoes dall occhio" (Vigna unguiculata). Sendo, por sua vez, uma espécie originaria da Africa e que era muito apreciada pelos etruscos.
E que, depois, foi difusa em toda a peninsula italica pelos romanos, se tratando do tal de “phaseolus” que muitas vezes citou Plinio il Vecchio.
Cultivada desde os tempos "perdidos na memoria" em torno ao Lago Trasimeno (Perugia), onde nos terrenos de fundo de vale, mais umidos, se encontra o solo ideal para se obter um produto de boa qualidade.
Mas nao sendo aquilo que parece, tb nem tem "os efeitos colaterais" que o mm possa provocar...hihihi.
Pq trata-se de um legume que, definitivamente e cientificamente, nao pertence à familia dos feijoes.
Que se saiba, foram mesmo os etruscos que começaram o seu cultivo nas colinas adjacentes ao lago, que se situa no norte da Umbria, perto dos confins com a Toscana.
Lago este que para quem se lembra das Guerras Punicas e de Anibal (aquele general de Cartago que atravessou os Pirineus, e tb os Alpes e os Apeninos, com os seus elefantes), que com seu imenso e heterogeneo exercito, dizimou dezenas de milhares de soldados romanos, e teve as suas aguas tingidas de sangue, vai saber logo de que lago estou falando!...
Afinal, foi a mais famosa batalha que os cartagineses desferraram contra a entao republica, de Roma. Naquilo que foi uma queda de braço para se controlar todo o mediterraneo e grande parte do mundo, até entao, conhecido.
E, em um outro parenteses, tb é o unico grande lago, no mundo, que funciona como uma cisterna de aguas pluviais e de degelo, as quais recolhe, nao tendo nenhuma nascente que o alimente. E até tem 3 ilhas, bem grandinhas, sendo que uma delas é habitada e uma, outra, um belo parque.
Os romanos apreciavam muito o lago, e em todos os sentidos, tendo feito uma senhora dragagem nele, para livrar-lo dos sedimentos que lhe diminuiam a profundidade.
Pq os romanos eram tb os reis da hidraulica, e faziam coisas que, hoje, ainda é dificil de se acreditar.
Em um passe de magica, controlavam cascatas, desviavam rios, faziam a agua chegar em lugares impossiveis e enchiam piscinas lindissimas e enormes cisternas subterraneas com agua doce. E nem falemos do sistema para rescaldar estas aguas e de como recolhiam os esgotos em todos os seus ensediamentos, pq ai isto aqui nao teria mais fim...
Basta sò lembrar que, no principio, a base do proprio Coliseu se transformava em um enorme tanque, onde ocorriam pseudo batalhas navais, em um quase piscar de olhos...!
Ou que a famosa Fontana de Trevi ainda funciona com uma infra estrutura que tem, cerca, os seus 2000 aninhos...
Enfim, explanaçoes a parte, este legume é plantado ali , vizinho ao lago, desde tempos imemoraveis.
Como é de dificil cultivo, e por isto nao comercial, nao é facil de se achar, é caro e, acima de tudo, seria como comer uma coisa de museu.
Plantaçao toda artesanal, até a sua cultura é feita como se fazia um tempo, milhares de anos faz.
Mas vale à pena pq de um gosto delicado, qdo ai se percebe ser um legume, com uma textura muito agradavel, tb.
Aqui em casa, que conseguimos compra-lo através de um amigo que tem seus "conhecimentos", aparece esporadicamente na nossa mesa.
E eu costumo fazer, exatamente, como se fosse feijao mm, sò nao exagerando no caldinho.
Comer uma coisa assim é como se viajar no tempo, dividindo a nossa mesa com o grande Anibal e um bom guizadinho de legume quentinho, antes que ele se metesse a estudar as suas estratégias geniais!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Quando a historia da comunidade nao tem algum valor...

Com um tempismo e uma mentalidade assim, a preservaçao da nossa memoria vai mm é permanecer amnésica, deixando o nosso patrimonio cultural desprovido de qq valor que mereceria ter.
Esta semana, em uma matéria que li, e se me lembro bem ali no Yahoo, me fez reviver um episòdio que vivenciei anos atras. O qual, se me recordo dele, ainda me faz ficar com uma raiva danada...
Pq para o orgao municipal encarregado da preservaçao da memoria da cidade de Sao Paulo, o bairro da Lapa, com os seus trens, a sua historia e a sua arquitetura, não teria nenhum valor.
E assim, e nòs ja cansamos de saber, o mercado imobliario e os seus socios construtores, levam vantagem contra as antigas indústrias e imoveis antigos do qual o bairro é rico. E nao precisa muito para entender o interesse economico que existe em evitar que qq coisa impossibilite o uso destes na construçao civel e nos lucros que isto possa gerar.
Quem ainda se lembra, por exemplo, da mansao dos Matarazzo ali na Paulista...? Os herdeiros, enquanto amargavam o medo de perder a sua propriedade para a cidade, "sofreram" ataques de vandalos que terminaram por destinar o imovel, irremediavelmente, à novas possibilidades economicas...hum...
E ja vem de longa data o fato de que uma boa maioria dos imóveis, ali no bairro da Lapa, esta em uma queda de braço com a Prefeitura, em um longo processo que exige o seu tombamento.
E o municipio questiona e emperra o andamento da coisa. Isto pq os imoveis construídos na primeira metade do século passado, 11 casas e sobrados e mais 6 galpões industriais, de acordo com os técnicos do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) não apresentariam, assim, uma importancia arquitetônica ou histórica que justificasse as suas preservaçoes, em detrimento do que desejariam as pessoas que prezam o seu bairro.
Enfim estes edificios, com os anos de abandono e descaso, intencionais, è obvio que terminam chegando a um impasse, onde ja nao se justificaria qq intervençao, pq cara e sem esperança.
E ai, sobram para as companhias de demoliçao que disponibilizariam terrenos prestigiosos onde antes tinha algo secular, que fazia parte da cultura da comunidade que ali vive.
Dentre estes edificios, existe uma das mais antigas indústrias lapeanas, a extinta Fábrica de Tecidos e Bordados da Lapa, construída entre o fim do século 19 e o início do 20, ali na Engenheiro Fox.
E que parece um verdadeiro monumento ao descaso, com o seu galpão decorado com elementos ainda originais de época, suas grandes e estranhas janelas e a sua fachada toda reta. E que para estes técnicos, estaria em uma situaçao sem retorno, dado o grau de destruiçao em que se encontra.
Outros, como a pracinha ali da Eugênio P. Moreira, onde tem até um coreto colorido ou mm aquele galpão industrial da Faustolo, onde há um estacionamento que o escondeu com painéis anti-estéticos, ou mm as casas e sobrados, habitadas por operários ao longo do século 20, tanto caracteristicas ali na regiao, ficaram anos esperando pela boa vontade do orgao que devia proteger-los. E, por fim, sucumbindo aos seus proprietarios sem critério, ou aos vandalos de plantao.
E nesta reportagem, dos jornalistas DIEGO ZANCHETTA e VITOR HUGO BRANDALISE, eles relatam que para o DPH, "alguns lugares são agradáveis, mas não podemos tombar a cidade inteira. Há praças por toda a cidade. A maioria não merece preservação mesmo", e isto nas santas palavras do seu diretor.
Pq seriam todas, hoje, classificadas como sendo "de baixo gabarito" nos relatórios da Secretaria de Cultura, que define que em sua gde parte "não mantiverm a sua integridade arquitetônica ", o que lhes impede o tombamento.
Dizendo com isto, que perderam ou nao tem mais relevancia nenhuma...
Entao 'ta bom n'é? Que explicando assim fica facil a gente entender e se resignar com estas coisas.
Pq sempre aquilo que é do outro seria mm "sem gabarito", ainda mais se existem motivos escusos por tras ou, até, empenho para que termine caracterizada assim.
E os jornalistam informam que outros imóveis, que tb estariam na lista que será votada nesta semana, já foram demolidos, abandonados, ou estão completamente descaracterizados...
Sim sabemos disto, nòs que frequentamos ou moramos na Lapa. E que quase ja nos acostumamos a ver em "flashs" uma beleza, autentica, que se esvanece com o tempo.
Basta sò perguntar o que foi feito com todas aquelas arvores, de um que foi um dos bairros mais arborizados de Sao Paulo, com as suas ruas e alamedas que eram como tuneis verdes e, por vzs até, alegremente floridos...
Em uma coisa triste, até, de se lembrar.
Eu mm ja tive o desprazer, como citei acima, de ter que conversar com os srs. arquitetos que trabalham ali na regional da Lapa.
E terminei ficando escandalizada e revoltada com a postura, a negligencia e o"menefreguismo" (o estar pouco se lixando) em cuidar do nosso patrimonio e procurar ajudar quem quer restaurar-lo ou, mm salvar-lo, com o seu proprio dinheiro e consciencia.
Sentados em suas cadeiras com os pés sobre a mesa desorganizada com as pilhas de pastas jogadas sobre ela, enquanto limpavam seus narizes jogando conversa fora.
Obvio, sem desprezar a oportunidade de serem mal educados e grosseiros com qq incauto cheio de boa intençao, que apareça por ali para disturbar as suas inércias e o pouco caso bem remunerado.
Bah! Olha que nem gosto de me lembrar disto...
Em um tipico exemplo de quem nao gosta do que faz e, muito menos, ama o lugar onde vive.
A cidade podia ser mais bonita sim e podia ser mais agradavel tb.
Mas com gente assim trabalhando contra, qdo deviam ajudar, a coisa fica dentro dos limites do insòlito e do irremediavel, isto para a gente nao ter que dizer do "caos"...
Entao...conta outra vai!!

sábado, 16 de agosto de 2008

Com tanto e sem nenhum.


Em Sao Paulo (nao sei nos outros estados) somos habituados a poder comprar, pronto e em latas ou vidros, compota de figo verde. Mas como sempre, por estas paragens...
E agora por aqui, entre tantas outras frutas, o figo domina.
E se encontram em quantidade nas figueiras centenarias, ao lado de ruinas de casas colonicas mais centenarias ainda, aqui em torno de casa.
Penso que qdo estas casas ainda estavam inteiras e eram habitadas por camponeses empenhados, aquelas frondosas arvores carregadas de seus frutos abandonados tiveram, as duas, seus momentos melhores.
Hoje estas casas vazias, com suas pedras e traves de madeira que arcam e tombam com o peso de seus séculos, ficam ombro a ombro com a sombra das frondosas, velhas e ainda verdes, companheiras que lhes oferecem os seus frutos, caidos sobre a terra que as sustentam.
E nos meus passeios diarios, entre recordaçoes de gostos familiares e o sentimento de pena frente ao disperdicio de tantos e tantos frutos, me meto a fazer uma coisa que, nem por sonho, eu fazia antes: figo verde em calda.
Muito misterioso, para mim, como tudo aquilo que nunca afrontamos antes. E por isto mm, resolvi me enfronhar no assunto antes de colher os tais figos. E assim iniciei dando uma pesquizada que, começando por minha mae, minha fonte para assuntos caipiras, terminou no Google. E isto ja ha dois anos.
Percebi, ja de partida, que as variedades de figos daqui me poupavam de ter que me desfazer da cobertura, assim um tanto pilosa, daquela nossa mais comum, digo aquela dos supermercados. Pq o resto é todo, e absolutamente, facil!
Digamos assim: ao menos que ja se encontrem assim para comprar, o a coisa mais dificil seria colher os figos verdes, enfrentando aquele leite branquinho e viscoso que eles soltam. Boh! Mas, francamente, isto nem é nada assim de tanto complicado, tb.
Para explicar, usarei quantidades meio que ficticias ja que a coisa vai bem, mm, é a olho!
Fica muito parecida com aquela comprada pronta, que eu me lembre. Sem esquecer da vantagem de nao ter os "...antes" que as industrias colocam nela.
E serve para usar em uma monte de coisas, lembrando sempre, é claro, que tb pode ser comida sozinha.
Mas a minha opçao preferida, e muuuito boa, é aquela acompanhada por sorvete de creme, junto com uma caldinha rala de chocolate amargo temperada com mel e especiarias.
E é assim.

Compota de Figo Verde
300g de figos verdes, com cerca da 1/2 do seu tamanho normal
1 colher de cha de bicarbonato de sòdio
2 litros de agua (+-)
Para a calda:
1 copo de açucar
1 copo de agua
cravo e canela, em pau, a gosto
folha de figo, opcional
Devemos cortar todos os cabinhos dos figos, apenas até que se exponha um botaozinho de suas polpas e, depois, lavar-los bem.
Levar para ferver por 10 minutos com a agua e a colher de cha, bem cheia, de bicarbonato.Escorrer toda a agua, enxaguar e reservar.
Se por acaso o figo for daqueles "peludinhos", sei que aconselham a eliminar esta cobertura. E, que eu tenha visto, é assim: apenas escorrida a agua quente, colocar-los em um saco plastico meio fechado (para nao prender o vapor) e friccionar até que esta pelicula se solte.
E nao me perguntem mais que isto, que eu tb nao achei a explicaçao.
Dai é lavar bem e reservar.
Mas se vc curtir o aspero da casca do figo ou o seu caso for igual ao meu, salte esta parte, é obvio...!
O outro passo é fazer uma calda misturando as xicaras de açucar e agua, com o cravo e a canela. Deixando no fogo por alguns minutos, até se fornar um xaropinho ligeiramente corposo.
E, como bem observou minha mae, se a calda puder ter em sua confecçao tb a folha do figo, que esta ficara muito mais aromatizada e saborosa.
De qq maneira, apenas ela seja feita, unir os figos que estavam reservados, e deixar em fogo médio e sem tampa por outros 10 minutos.
E pronto!
Se for usar em um periodo breve, basta esperar esfriar e levar à geladeira.
Mas se for conservar, basta colocar em vidros proprios e esterilizados, ainda bem quentes, com a calda cobrindo tudo, até a boca, e fechar bem.
Eu, por garantia, levo os vidros com a tampa virada para baixo, em uma panela de pressao, pondo agua até quase a meia altura deles, deixando ferver cerca uns 20 minutos.
Depois armazeno sempre com a tampa girada para baixo.
Assim o conteudo assentado sobre a tampa, ficara na parte inferior, vedando a entrada do ar. Enquanto o ar, que possa ter ficado ali dentro, permanecerà esteril e isolado la em cima, em contato com o fundo do vidro.
Mas obvio, pessoal...esta tal da tampa deve ser metalica e fechar, muito, mas muito bem mm!
Para isto, evitem os tantos vidros com tampa plastica que temos em casa. E testem os outros que vcs escolherem, para ver se nao vazam agua, antes de estilizar-los, ok? Uma coisa onde, de novo, a panela de pressao é sempre essencial, pq funcionando como uma verdadeira auto-clave: improvisaçoes de uma ex-dentista...
A calda de açucar, assim como o sal, em altas concentraçoes, ja conservariam longe os microorganismos, se os envolvessem totalmente. Mas nunca é demais dar este extra para garantir isto, assim como faziam as nossas avòs e bisavòs.
E vc saberà que o sistema foi eficiente, em manter asséptico o conteudo, qdo ele oferecer resistencia para abrir, tal e qual aqueles vidros de conservas e geléias industriais.
E um aviso de um burro que qdo fala o outro abaixa a orelha: nao vai fazer isto e depois colocar o vidro na despensa, esta bem? Pq se abriu: comeu.
E nao se esqueçam de escrever ou de etiquetar, informando a data e do que se trata, ok?
Se vcs gostarem de figo verde em calda, assim como eu, é uma das banalidades que vale a pena tentar!