segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Quando a historia da comunidade nao tem algum valor...

Com um tempismo e uma mentalidade assim, a preservaçao da nossa memoria vai mm é permanecer amnésica, deixando o nosso patrimonio cultural desprovido de qq valor que mereceria ter.
Esta semana, em uma matéria que li, e se me lembro bem ali no Yahoo, me fez reviver um episòdio que vivenciei anos atras. O qual, se me recordo dele, ainda me faz ficar com uma raiva danada...
Pq para o orgao municipal encarregado da preservaçao da memoria da cidade de Sao Paulo, o bairro da Lapa, com os seus trens, a sua historia e a sua arquitetura, não teria nenhum valor.
E assim, e nòs ja cansamos de saber, o mercado imobliario e os seus socios construtores, levam vantagem contra as antigas indústrias e imoveis antigos do qual o bairro é rico. E nao precisa muito para entender o interesse economico que existe em evitar que qq coisa impossibilite o uso destes na construçao civel e nos lucros que isto possa gerar.
Quem ainda se lembra, por exemplo, da mansao dos Matarazzo ali na Paulista...? Os herdeiros, enquanto amargavam o medo de perder a sua propriedade para a cidade, "sofreram" ataques de vandalos que terminaram por destinar o imovel, irremediavelmente, à novas possibilidades economicas...hum...
E ja vem de longa data o fato de que uma boa maioria dos imóveis, ali no bairro da Lapa, esta em uma queda de braço com a Prefeitura, em um longo processo que exige o seu tombamento.
E o municipio questiona e emperra o andamento da coisa. Isto pq os imoveis construídos na primeira metade do século passado, 11 casas e sobrados e mais 6 galpões industriais, de acordo com os técnicos do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) não apresentariam, assim, uma importancia arquitetônica ou histórica que justificasse as suas preservaçoes, em detrimento do que desejariam as pessoas que prezam o seu bairro.
Enfim estes edificios, com os anos de abandono e descaso, intencionais, è obvio que terminam chegando a um impasse, onde ja nao se justificaria qq intervençao, pq cara e sem esperança.
E ai, sobram para as companhias de demoliçao que disponibilizariam terrenos prestigiosos onde antes tinha algo secular, que fazia parte da cultura da comunidade que ali vive.
Dentre estes edificios, existe uma das mais antigas indústrias lapeanas, a extinta Fábrica de Tecidos e Bordados da Lapa, construída entre o fim do século 19 e o início do 20, ali na Engenheiro Fox.
E que parece um verdadeiro monumento ao descaso, com o seu galpão decorado com elementos ainda originais de época, suas grandes e estranhas janelas e a sua fachada toda reta. E que para estes técnicos, estaria em uma situaçao sem retorno, dado o grau de destruiçao em que se encontra.
Outros, como a pracinha ali da Eugênio P. Moreira, onde tem até um coreto colorido ou mm aquele galpão industrial da Faustolo, onde há um estacionamento que o escondeu com painéis anti-estéticos, ou mm as casas e sobrados, habitadas por operários ao longo do século 20, tanto caracteristicas ali na regiao, ficaram anos esperando pela boa vontade do orgao que devia proteger-los. E, por fim, sucumbindo aos seus proprietarios sem critério, ou aos vandalos de plantao.
E nesta reportagem, dos jornalistas DIEGO ZANCHETTA e VITOR HUGO BRANDALISE, eles relatam que para o DPH, "alguns lugares são agradáveis, mas não podemos tombar a cidade inteira. Há praças por toda a cidade. A maioria não merece preservação mesmo", e isto nas santas palavras do seu diretor.
Pq seriam todas, hoje, classificadas como sendo "de baixo gabarito" nos relatórios da Secretaria de Cultura, que define que em sua gde parte "não mantiverm a sua integridade arquitetônica ", o que lhes impede o tombamento.
Dizendo com isto, que perderam ou nao tem mais relevancia nenhuma...
Entao 'ta bom n'é? Que explicando assim fica facil a gente entender e se resignar com estas coisas.
Pq sempre aquilo que é do outro seria mm "sem gabarito", ainda mais se existem motivos escusos por tras ou, até, empenho para que termine caracterizada assim.
E os jornalistam informam que outros imóveis, que tb estariam na lista que será votada nesta semana, já foram demolidos, abandonados, ou estão completamente descaracterizados...
Sim sabemos disto, nòs que frequentamos ou moramos na Lapa. E que quase ja nos acostumamos a ver em "flashs" uma beleza, autentica, que se esvanece com o tempo.
Basta sò perguntar o que foi feito com todas aquelas arvores, de um que foi um dos bairros mais arborizados de Sao Paulo, com as suas ruas e alamedas que eram como tuneis verdes e, por vzs até, alegremente floridos...
Em uma coisa triste, até, de se lembrar.
Eu mm ja tive o desprazer, como citei acima, de ter que conversar com os srs. arquitetos que trabalham ali na regional da Lapa.
E terminei ficando escandalizada e revoltada com a postura, a negligencia e o"menefreguismo" (o estar pouco se lixando) em cuidar do nosso patrimonio e procurar ajudar quem quer restaurar-lo ou, mm salvar-lo, com o seu proprio dinheiro e consciencia.
Sentados em suas cadeiras com os pés sobre a mesa desorganizada com as pilhas de pastas jogadas sobre ela, enquanto limpavam seus narizes jogando conversa fora.
Obvio, sem desprezar a oportunidade de serem mal educados e grosseiros com qq incauto cheio de boa intençao, que apareça por ali para disturbar as suas inércias e o pouco caso bem remunerado.
Bah! Olha que nem gosto de me lembrar disto...
Em um tipico exemplo de quem nao gosta do que faz e, muito menos, ama o lugar onde vive.
A cidade podia ser mais bonita sim e podia ser mais agradavel tb.
Mas com gente assim trabalhando contra, qdo deviam ajudar, a coisa fica dentro dos limites do insòlito e do irremediavel, isto para a gente nao ter que dizer do "caos"...
Entao...conta outra vai!!

8 comentários:

Nela disse...

Olá CLAU,olha meu pc, ainda está sem respirar, estou esperando que técnico venha das férias, entretanto bato no portátil da filha, mas näo estou habituada me faz confusäo.Olhe tem razäo é triste ver edifícios, com tanta história estarem a cair, porque apenas o governo näo quer saber, ou porque os donos ou herdeiros deixam cair, porque dizem que näo têm verbas, para os mandar arranjar, mas a verdade é que por vezes deixam mesmo cair porque assim os terrenos säo vendidos por um grande valor,Até prédios, ainda habitáveis, os donos os dexam ao abandono, dizendo que o dinheiro das rendas näo dá, para arranjar, é incrivel, e nem deixam as pessoas que lá moram, por vezes a vida toda,arranjar.edificios de século dezoite e desanove, por vezes as cameras, lá pöem a mäo, mas como o governo näo lhes atribui aquese verbas, eles pouco podem ajudar.Também me faz confusäo, mas a vewrdade só podemos falar, e ter pena, de todo o património, que os nossos antepassados fizeram,estar tudo a cair, sem lhes dar algum valor.Querida fique bem boa semana beijinho.

clau disse...

Ciao Nela: muito ruim estar com problemas no computador, nao é verdade?...
E pelo que vc descreve, a displicencia dos gestores de qq municipio parece que virou requisito para se trabalhar ali...
Boa semana para vc: bjs!

Adriana disse...

Oi Clau , realmente vc tem toda razão, é uma pena essa cidade está tão abandonada , pelo menos é assim que sentimos , alguns lugares no centro principalmente perto onde trabalho , os moradores de ruas, meninos de ruas , viciados , simplesmente tomaram conta , não se pode andar no centro da cidade depois das 20:00 hs , é pedir para ser assaltado ou morto, a segurança é zero, os monumentos todos pixados, depredados, é uma pena mesmo , agora teremos eleiçao para prefeito , infelizmente não resolve muito pois sempre são os "mesmos" candidatos ou seja é trocar 6 por meia dúzia.
Um beijo.

clau disse...

Oi Adriana.
Eu que estou afastada ha tantos anos, vejo que quem esta ai, como vc, sò confirma uma coisa que aconteceu e acontece sempre.E vc tem TODA a razao em lembrar do "6 por 1/2 dz", pq é bem assim mm.Bjs!

Fábio Adiron disse...

Não existe defesa de patrimônio que resista à propina...e as construtoras tem bastante dinheiro para subornar fiscais.

clau disse...

Pois é Fabio...
Uma coisa tanto velha como nossa història de atavismos.
Afinal, a gente precisa ter tradiçao em alguma coisa n'é...!?
Bjs!

Fábio Adiron disse...

A tradição nacional é a do suborno...se é que podemos dizer que, pelo menos uma coisa, temos tradição.

Na carta de Pero Vaz ao rei, tem um trecho que ele pede um emprego para um parente...daí para frente, deu no que deu.

clau disse...

Boh!
Tem "tradiçao" que nao deixa de ser-la, mm que sò nos cause vergonha.
Bjs!